domingo, 29 de julho de 2012

Crítica: Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge

Puta que pariu! Desculpem o palavrão, mas não consegui achar nada mais adequado para descrever minha reação depois de ver Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge, o fim épico da trilogia sensacional criada por Christopher Nolan. Pronto, depois de extravasar, agora podemos falar sobre o filme. Quer dizer, não antes de eu deixar bem clara minha relação com o personagem. O Batman sempre foi meu personagem favorito, por isso, vê-lo nos cinemas com esta qualidade e apreço é emocionante. Acho que antes deste filme, apenas O Cavaleiro das Trevas tinha me despertado tamanha ansiedade. Por tudo isso, perdoe minha rasgação de seda para a produção caso não concorde com minhas palavras.

Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge se inicia oito anos depois do fim do segundo filme e mostra uma Gotham que é exemplo de segurança, tudo graças à Lei Dent, uma lei que foi criada depois da morte de Harvey Dent e que colocou a grande maioria dos bandidos da cidade na cadeia. Diante desta situação e por ter assumido a culpa pela morte de Dent, o Batman desapareceu e Bruce Wayne se tornou um recluso. No entanto, ele é obrigado a sair de sua aposentadoria depois do surgimento de uma ladra - Mulher Gato - e do mercenário chamado Bane, um rival realmente desafiador para o herói e que está disposto a destruir Gotham.

Vi o filme na pré-estreia, na madrugada de quinta para sexta, e quase que não consegui dormir. Sai do cinema em êxtase, não conseguia digerir tudo que tinha visto e nem aceitar o encerramento da trilogia, por isso demorei tanto para postar minha opinião. Achei que todos os elogios que surgiam na minha cabeça para o filme poderiam ser apenas motivados pela euforia do momento. Mas não, mesmo depois de três dias continuo achando o filme incrível. Não há como escapar das comparações com os outros filmes da trilogia, todo mundo deve estar se perguntando: é tão bom quanto o segundo? E eu respondo: não, mas é quase o mesmo nível. Só que pode ter certeza, é mais uma obra magistral realizada por Christopher Nolan, que se prova mais uma vez um dos diretores mais competentes e criativos da atualidade.

O Cavaleiro das Trevas Ressurge é um filme que não dá tempo para o espectador respirar. Desde a cena de abertura até seu encerramento, o filme nos bombardeia com sequências de ação incríveis, diálogos importantes para a compreensão da obra e elementos relevantes para a história, além de novos personagens e tramas paralelas. São 164 minutos de história envolvente que não te permitem tirar os olhos da tela, mas você nem vai querer. Mesmo com tantos elementos, o roteiro, escrito por Nolan em parceria com seu irmão Jonathan a partir de uma história de David Goyer, consegue abordar cada um deles de forma mais que satisfatória e ainda torná-los parte daquele universo criado lá em 2005 no Batman Begins.

Este universo como um todo é mais um grande destaque do novo filme do homem morcego. O roteiro dialoga o tempo todo com acontecimentos dos filmes anteriores e mostra que a concepção deste universo não foi algo ocasional. E apesar de achar desnecessária a inserção de alguns flashbacks, entendo que é importante para a contextualização de parte do público não é tão fanática pela obra ou não reviu os dois primeiros filmes recentemente.

E não dá para falar de Batman sem comentar seu elenco sempre incrível? Christian Bale mais uma vez se entrega ao personagem e mostra que não há Batman melhor. Ele consegue transitar por todas as fases do personagem perfeitamente, desde o fraco manco que está há oito anos fechado dentro de casa do início até o homem forte e de fé restaurada do final. Suas modificações são inclusive físicas, algo que Bale já está acostumado a fazer em pouco tempo. O vilão, como sempre, também se destaca. O Bane de Tom Hardy é assustador, não só pela sua imponência física, mas também pela sua capacidade como estrategista. E para quem duvidava da capacidade de Anne Hathaway de se transformar em uma mulher forte e sensual, sua Mulher Gato é tudo isso e mais. Hathaway se movimenta com leveza e ainda tem o humor sarcástico que a personagem pede. No ponto para entrar para a história.

Mas não são apenas os heróis e vilões mascarados que chamam a atenção. Gary Oldman mais uma vez faz um trabalho excepcional e entrega um Comissário Gordon atormentado pela mentira e que não consegue viver tranquilamente, mesmo com as ruas de Gotham quase livres dos bandidos. E Michael Caine então?! Mesmo com pouco tempo de tela, o intérprete do Alfred é o responsável por uma das cenas mais emocionantes da produção em um diálogo forte com o protagonista. Sobre Joseph Gordon-Levitt, direi apenas que convence como o jovem policial cheio de atitude, mas não estou certo sobre o futuro desenhado para seu personagem. Já Marion Cotillard só faz um trabalho de qualidade quando tem seu momento quase no final da trama, mas ainda assim está um pouco aquém do que ela poderia ter feito.

Na parte técnica, O Cavaleiro das Trevas Ressurge se destaca ainda mais. A fotografia acinzentada e suja de Wally Pfister, que também trabalhou nos outros dois filmes da franquia, realça ainda mais a tristeza que atinge Gotham, assim como a trilha sonora magistral de Hans Zimmer que pontua impecavelmente cenas de ação, tensão e os momentos de pura tristeza. Tristeza esta que me dominou quando chegou a hora de me despedir. Tenho que confessar, uma lágrima escorreu no canto do olho ao final de uma obra tão incrível e que também encerra uma das melhores franquias já produzidas no cinema. Daria cinco estrelas fácil, mas como considero o filme um pouco inferior ao anterior, darei quatro estrelas e meia, mas não se prenda à cotação, o importante é que estamos diante da trilogia mais incrível que um herói de quadrinho já ganhou.


Confira o trailer:



See ya!!!

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