quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Crítica: Jack Reacher

Eu até que estava bem ansioso e esperançoso por Jack Reacher. Gosto muito do Tom Cruise e os trailers divulgados no último ano serviam como um ótimo chamariz. Parecia ser um bom filme de ação com uma trama que, mesmo não sendo a maior novidade da história do cinema, renderia um trabalho de entretenimento de qualidade, pelo menos. No entanto, o filme é a melhor prova de que trailer engana, e muito bem.

Sem revelar muito da trama, Jack Reacher conta a história de um ex-militar (Cruise) que depois que deixou o exército simplesmente desapareceu da face da terra. Quando Reacher vê pela televisão o acusado de um atentado que matou seis pessoas, algo de seu passado faz com que ele parta em busca de descobrir o que realmente aconteceu. O protagonista conta com a ajuda da advogada do suposto assassino, interpretada por Rosamund Pike, que em nada acrescenta, além de ser a mocinha em perigo. Sem contar que não há a mínima química entre os dois.

A produção conta até que com uns momentos estilosos, como o atentado no início e as cenas de luta protagonizadas por Cruise, que são filmadas de uma forma meticulosa, com poucos golpes, porém certeiros, para mostrar o quanto o personagem é preparado para o combate. Tem também a boa participação de Robert Duvall, se divertindo e nos divertindo, apesar do personagem óbvio. No entanto, no geral, o filme não tem ritmo e peca profundamente por tentar esticar a história ao máximo, deixando-a cansativa e até irritante nas suas longas 2 horas e 10 minutos de duração. Quando você se pega olhando para o celular para ver quanto tempo passou de filme e só consegue imaginar “será que falta muito?”, não é um bom sinal.

A única coisa pela qual o filme pode valer um pouco a pena é Tom Cruise, totalmente bad-ass como o protagonista. O ator, mais uma vez, faz um trabalho incrível de entrega ao personagem, como pouco se vê em outros astros de ação. Além disso, é visível o quanto ele se diverte com este tipo de personagem, o que também passar para o espectador. No entanto, ainda assim, com a condução totalmente problemática e o roteiro péssimo, não leva mais que uma hora para que nem ele consiga salvar o filme de afundar.

Outro problema seríssimo da produção é o vilão. Tudo bem, ele é interpretado pelo incrível diretor Werner Herzog, mas, apesar de sua atitude amedrontadora, ele não representa nenhum perigo para o herói. Quando acaba sozinho, sem nenhum de seus capangas e diante de um cara tão “foda” (única palavra que encontrei para descrevê-lo), o desfecho é chato e entediante. E nem vou começar a falar sobre a trilha sonora deslocada, anticlimática e totalmente errada.

Este foi o segundo filme que Christopher McQuarrie, roteirista de Os Suspeitos, dirige, e o resultado não poderia ser mais problemático. Não vi sua estreia, A Sangue Frio, de 2000, mas por Jack Reacher estou torcendo para que os rumores de que ele talvez possa assumir a direção de Missão: Impossível 5 sejam mentira.

Veja o trailer e se divirta com tudo que há de interessante no filme em apenas dois minutos. Não precisa nem gastar com o ingresso!



See ya!!!