quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Oscar 2012 - Críticas: Os Descendentes

Os Descendentes é o filme pequeno, de história tocante feita para emocionar e com eleco carismático do ano no Oscar, mas mesmo com esses pontos, ainda não me decidi se ele tem capacidade para levar a estatueta de melhor filme, apesar de ter boas chances diante de sua competição. O fato de eu não conseguir me decidir recai a um ponto: o filme não é o melhor filme entre os indicados, mas também não é o pior, e ainda por cima tem a seu favor uma história que, apesar dos problemas, conquista o espectador. Os Descendentes está indicado a cinco prêmios no Oscar 2012, dos quais quatro deles são entre os principais: melhor filme, melhor diretor, melhor ator (George Clooney) e melhor roteiro adaptado.

A nova produção do diretor Alexander Payne, do ótimo Sideways - que tinha sido o último longa dirigido por ele, lá em 2004 - tem como pretensão mostrar o ser humano em sua forma mais simples, levando a vida, superando seus problemas e tentando, sempre, melhorar, mesmo que nem sempre seja possível. O protagonista do filme é Matt King (George Clooney), um dos descendentes do título. Ele acaba de receber uma bela rasteira da vida. Sua mulher, Elizabeht, sofre um acidente logo no início do filme que a deixa em coma e que o faz colocar a vida em perspectiva. Matt passa então a rever seu relacionamento com suas filhas e fazer todas as promessas que todo ser humano, em momentos de dificuldade, faz: "prometo mudar se tudo acabar bem", "vou trabalhar menos e dar mais atenção à minha família", "vou ser uma pessoa melhor". Além do problema principal, Matt ainda precisa lidar com a venda de uma grande propriedade da qual ele e seus primos são donos (os descendentes do título).

A melhor qualidade de Os Descendentes é a boa dosagem que o roteiro, escrito pelo próprio Payne junto com Nat Faxon e Jim Rash, faz das tramas e do drama e do humor, o que torna o filme mais leve e facilmente compreensível, mesmo diante da temática e dos diversos acontecimentos vistos durante o desenvolvimento da história. Além disso, não tem como o espectador não se importar com aqueles personagens diante de tal tragédia, mesmo com os segredos revelados no caminho. Ponto também para o crescimento do trio de protagonistas, que vão de estranhos quase que completos no início a família, problemática sim, mas uma família acima de tudo. E outra, que família não é problemática?! Estas qualidade são, acima de tudo, a combinação de um bom roteiro com um eleco de qualidade. George Clooney está realmente muito bem no papel do pai de família perdido diante dos acontecimentos e sem saber por onde começar a criar suas filhas sozinho. Além disso, Clooney tem momentos de brilhantismo em certas cenas que requerem uma carga emocional maior que são de arrepiar.

No entanto, mesmo com todas as qualidades, o filme tem cenas e sequências que me soaram amadoras. Certos momentos o timing do elenco parecia não se completar e ficava um espaço entre um diálogo e outro que me causava desconforto, mas nada que destrua o filme. Outra coisa que me incomodou foi a trilha sonora. Bonita em certos momentos e desnecessária em outros, principalmente por insistir em um padrão de música havaiana que não servia a todo o filme. Não tem a consistência de um A Árvore da Vida ou Meia-Noite em Paris, mas, no final, a montanha russa de emoções que o filme é provavelmente te fará, depois de alguns sorrisos, derramar umas boas lágrimas.

Confira o trailer:



See ya!!!

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