sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Oscar 2012 - Críticas: O Homem que Mudou o Jogo

Temos que agradecer à Academia pela indicação de O Homem que Mudou o Jogo ao Oscar de melhor filme. Sem essa indicação o filme dificilmente chegaria às salas de cinema do nosso país e, mesmo não sendo o melhor filme do ano, é um que vale a pena ser visto. Para começar, Moneyball (título original do filme) tem como pano de fundo o baseball e seus bastidores, esporte que é um mistério para a maioria dos brasileiros e que faz com que a maioria dos filmes que o aborda vá direto para DVD. Segundo, mesmo sendo uma produção estrelada por Brad Pitt, o destino deste filme não seria diferente já que, apesar de ter superado seu custo em arrecadação, o sucesso não foi gigantesco para bancar o lançamento em um país sem grande interesse pelo tema tratado pelo filme. No entanto, apesar de todos os poréns, a qualidade da obra prevaleceu e com sua indicação ao principal prêmio do cinema o colocou no radar das distribuidoras brasileiras. O Homem que Mudou o Jogo garantiu seis indicações ao Oscar 2012, entre elas a de melhor filme, melhor ator (Brad Pitt), melhor ator coadjuvante (Jonah Hill) e melhor roteiro adaptado.

O Homem que Mudou o Jogo é uma adaptação de Moneyball: The Art of Winning an Unfair Game, um livro de não-ficção escrito por Michael Lewis. O livro mostra como as táticas utilizadas para a seleção e contratação de jogadores no baseball foram modificadas, deixando de ser algo mais subjetivo para se apoiar em números e estatísticas, e como tudo isso transformou o próprio jogo. No filme, acompanhamos Billy Beane (Brad Pitt), gerente geral do Oakland Athletics, que é responsável pelas contratações para o time. Depois de uma temporada complicada e de perder três de seus melhores jogadores para times maiores, Billy decidi mudar a forma de escolha de seus jogadores depois de conhecer Peter Brand (Jonah Hill), um analista que mostra para Billy um caminho diferenciado em que o foco das contratações são o todo, são formar um equipe de qualidade cujo trabalho conjunto é o destaque, e não ficar atrás de super astros que são bem mais caros e individualistas. Este é o ponto de partida para a discussão gerada e o choque causado na maioria dos times e seus gerente, o que movimenta o filme.

A necessidade da mudança é o que movimenta Moneyball e seus personagens. Estes são, sem dúvidas, o grande destaque da produção. Brad Pitt está impecável como Billy Beane, mesclando de forma incrível o "fodão" gerente geral do time com o sofrido e deprimido ex-jogador que até hoje se martiriza por não ter atingido o nível de qualidade que seu potencial lhe garantia. Além disso, uma salva de palmas para Jonah Hill que dá um show como Peter Brand, deixando para trás o estilo bobão das comédias adolescentes e formando uma dupla implacável com o personagem de Pitt em um momento de sintonia entre atores que dá gosto de ver. No entanto, apesar destas qualidades e de ser um filme bem feito, com direção de qualidade (por parte de Bennett Miller, o mesmo de Capote) e com um roteiro certeiro, com diálogos excelentes,o interesse de grande parte do público pelo filme diminui por causa do envolvimento excessivo de baseball em sua história, que o torna desinteressante em certos momentos. Tenho que confessar que nas partes mais técnicas eu ficava totalmente perdido e com isso não consegui ter um aproveitamento total do filme, mas, mesmo assim, O Homem que Mudou o Jogo é um filme que merece uma chance, principalmente pela qualidade das atuações e da direção. Veja o trailer:



See ya!!!

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