domingo, 29 de janeiro de 2012

Oscar 2012 - Críticas: Meia-Noite em Paris

Sabe aqueles filmes que te deixam com um sorriso estampado no rosto? Que te fazem se divertir sem ver o tempo passar, com uma boa história, leve e ainda por cima com alta qualidade? Então, este é Meia-Noite em Paris, último filme de Woody Allen, que é, além de um passeio por Paris, uma discussão sobre intelectualismo e a nostalgia que todo ser humano possui. Meia-Noite em Paris, que entrou em cartaz no Brasil no dia 17 de junho do ano passado, concorre a três prêmios no Oscar 2012: Melhor filme, melhor diretor e melhor roteiro original.

Meia-Noite em Paris acompanha um roteirista hollywoodiano, Gil Pendler (Owen Wilson), em suas férias na cidade luz com sua noiva Inez (Rachel McAdams) e seus pais. Além das férias, Gil está usando o tempo na cidade, que é sua grande paixão, para tentar terminar o que será seu primeiro romance, sua tentativa de se provar capaz de algo fora do superficial mundo da indústria cinematográfica norte-americana. É, acima de tudo, uma luta para que ele prove para si mesmo que pode ir além do comum e estar minimamente próximo do que grandes escritores do passado, seus ídolos, podiam fazer. Em uma de suas caminhadas sozinho para aproveitar a cidade longe de todos, Gil vai parar na Paris dos anos 20, época que considera o melhor período para se viver, e ali conhece alguns de seus maiores ídolos, como Cole Porter (Yves Heck), F. Scott Fitzgerald (Tom Hiddleston), Zelda Fitzgerald (Alison Pill), Gertrude Stein (Kathy Bates), Pablo Picasso (Marcial Di Fonzo Bo) e Salvador Dalí (Adrien Brody), entre tantos outros.

O maior trunfo de Meia-Noite em Paris é o texto de Woody Allen, que merecidamente foi indicado ao Oscar de melhor roteiro original e eu espero, sinceramente, que ganhe. Destaque para os passeios feitos pelos pontos turísticos de Paris por Gil e Inez com os amigos dela, o insuportável pseudo-intelectual Paul (Michael Sheen) e sua esposa. As tentativas constantes de Paul de se mostrar melhor e mais conhecedor da história da cidade e de seus monumentos rendem discussões e enfrentamentos brilhantes entre ele e Gil, em uma atuação incrível por parte de Owen Wilson e também uma amostra de como a direção de Allen é excelente. O roteiro também se mostra brilhante ao fazer a ligação entre o presente e o passado. Além de construir aquelas figuras tão icônicas para Gil de uma forma incrível, neste ponto, inclusive, Allen abre espaço para a discussão da nostalgia que aflige o ser humano. Com a personagem Adriana, interpretada competentemente por Marion Cotillard, Allen mostra para Gil, e também para o espectador, que para o ser humano o passado inatingível sempre aparenta ser melhor, um reflexo da constante insatifação do homem com o que tem.

Quando Meia-Noite em Paris chega ao fim, de forma graciosa, a sensação de leveza da obra fica com o espectador e também temos a impressão de termos passeado por Paris com o melhor guia possível, Woody Allen, e ainda com uma trilha sonora deliciosa feita pelo novato Stephane Wrembel, que já havia contribuído com Allen com uma música para Vicky Cristina Barcelona. Lindo! Veja o trailer abaixo:



See ya!!!

3 comentários:

  1. Adorei do Owen Wilson nesse filme, assim como toda a nostalgia que ele transmite. Adorei o filme, adoro esse blog e adorei o texto... Excelente, Carlomagno!!

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  2. Excelente texto, Beto! Gostei muito do blog e da maneira como escreve. Vou seguir!

    Abraço. :)

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  3. Obrigado pelos elogios. É muito bom ver o trabalho reconhecido e dá muito mais ânimo para continuar. Abraços.

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