domingo, 29 de janeiro de 2012

Oscar 2012 - Críticas: Cavalo de Guerra

Cavalo de Guerra, junto com Tão Perto e Tão Forte e Histórias Cruzadas, são os filmes que ninguém se conforma de terem entrado na lista dos indicados ao Oscar de melhor filme neste ano. A indicação de Histórias Cruzadas já era esperada, vide o sucesso absurdo que o filme fez nos EUA, agora os outros dois foram um choque (sobre Tão Perto e Tão Forte ainda não posso opinar porque ainda não vi). E agora, depois de ver Cavalo de Guerra, posso afirmar: o que os votantes da Academia estão pensando neste ano? Tudo bem, 2011 não foi um dos melhores anos para o cinema, mas ainda assim não havia a necessidade de sair indicando qualquer coisa, ainda mais com a liberdade que eles tinham neste ano de indicarem o número que quisessem de filmes. Ao contrário do ano passado, em que eles tinham que escolher dez filmes para concorrerem ao prêmio de melhor filme, neste ano eles poderiam escolher entre cinco e dez. E, não se contentando em indicar o novo filme de Steven Spielberg para o principal prêmio, ele ainda concorre em mais cinco categorias (a lista com todos os indicados está aqui).

Cavalo de Guerra, uma adaptação do livro infantil de mesmo nome escrito por Michael Morpurgo, conta a história de um garoto, Albert Narracott (Jeremy Irvine), e seu cavalo, Joey. Os dois são grandes amigos, mas quando a Primeira Guerra Mundial começa, diante das dificuldades da família, o pai de Albert se vê obrigado a vender o cavalo do filho para ser utilizado pela cavalaria na guerra. Quando Albert atinge a idade permitida para se alistar, o garoto parte para a guerra com a intenção principal de encontrar seu amado cavalo. 

Eu sou um fã moderado de Steven Spielberg. Sei de sua importância para o cinema norte-americano, afinal ele realizou filmes atemporais e de qualidade incrível como Jurassic Park, Munique, O Resgate do Soldado Ryan, A Lista de Schindler, E.T. e Indiana Jones. No entanto, Spielberg também dá umas derrapadas monumentais às vezes, como Amistad, Hook e o último Indiana Jones. E Cavalo de Guerra está entre estes erros. É incrível ver como ao mesmo tempo Spielberg consegue lançar um filme tão bom como As Aventuras de Tintim e outro tão ruim como Cavalo de Guerra. O grande problema deste último é a sua pretensão em ser uma obra feita nos moldes para conquistar prêmios. Spielberg pesa a mão na busca por um drama universal e na tentativa de emocionar o espectador cria cada cena do filme de forma forçada e até infantil, algo como uma peça escolar com interpretações exageradas. O resultado é um filme que soa amador. O roteiro escrito por Lee Hall e Richard Curtis em nada ajuda, prolongando ao máximo as resoluções da história, criando vários momentos de clímax e tornando o filme ainda mais maçante nos seus longos e desnecessários 146 minutos de duração.

Outro grande problema de Cavalo de Guerra é sua trilha sonora equivocada e exagerada feita por John Williams, injustamente indicada para o prêmio de melhor trilha sonora no Oscar 2012. O tom épico das músicas criadas por Williams ficam desgastados logo nos primeiros 20 minutos de projeção diante da insistência do diretor de criar momentos de superação a cada cinco minutos de filme. Spielberg também pesa nos clichês como as constantes conquistas do protagonista e seu cavalo que mesmo no início do filme ganham status de clímax. O elenco também não ajuda. Mesmo com bons nomes como Emily Watson, Peter Mullan, David Thewlis e Tom Hiddleston, Spielberg não consegue extrair boas interpretações já que o texto é pobre. E Jeremy Irvine então. Com uma profundidade de um pires, sua interpretação como o protagonista é sofrível e sem emoção. A humanização dos animais do filme também me incomodou. Certos momentos parecia que eu estava vendo uma continuação de Babe, o Porquinho Atrapalhado, só que desta vez com um cavalo como protagonista e no meio da Primeira Guerra Mundial.

A única coisa que achei muito bonita foi a fotografia feita por Janusz Kaminski, colaborador habitual de Spielberg, só que mesmo bonita ela perde pontos consideráveis por ser quase que uma cópia do que foi feito em clássicos como ... E o Vento Levou. Algumas cenas de batalha também são bem elaboradas, mas nada que consiga salvar o filme de sua mediocridade. Confira o trailer abaixo:



See ya!!!

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