sexta-feira, 2 de abril de 2010

W.

Antes de mais nada preciso explicar que não tenho qualquer intimidade com a história de George W. Bush. Nunca havia ouvido falar dele até ele concorrer a presidência dos EUA. Não conheço seu passado, por isso, tudo mostrado no filme de Oliver Stone (Alexandre) sobre a vida do ex-presidente para mim é uma grande novidade.


W. acompanha a vida do ex-presidente desde sua entrada na universidade até seus últimos dias na presidência de uma maneira não cronológica mas muito bem conduzida. O filme transita entre reuniões do presidente com sua equipe e períodos de farra do garoto George, que no filme é retratado como um típico playboy texano, com sérios problemas com álcool. Tudo isso mesclando imagens reais com cenas produzidas no melhor estilo semi-documental, que ainda é auxiliado pelo estilo de filmagem com a câmera na mão e os longos closes no rosto dos personagens.


Segundo o próprio Oliver Stone, o filme não seria uma obra anti-Bush, e ele consegue isso. Em muitos momentos o filme chega a humanizar até demais o personagem e traz algumas justificativas para seus atos. A grande justificativa para tudo seria o seu relacionamento conturbado com o pai, o também ex-presidente, George H. W. Bush (James Cromwell). Sempre sob a sombra do irmão mais novo, Jeb (Jason Ritter), o favorito do pai, percebemos a disputa durante toda a projeção e vemos que a sua candidatura, além de ser justificada por ele como um chamado divino, é uma maneira de desafiar o pai, que preferia a ascenção política do segundo filho.


Mas, não pense que o filme não usa e abusa dos deslizes do presidente. Muitas cenas recriam seus escorregões diante da imprensa, seus discursos equivocados e também mostram o seu despreparo para a função que assumiu. Além disso, Stone sempre deixa claro que aquilo tudo que ele alcançou nunca foi o almejado por ele. Seu sonho, o que fica claro durante todo o filme e é afirmado por ele, sempre foi ter um time de beisebol.


Outro grande destaque do filme é o elenco. Josh Brolin (Onde os Fracos Não Têm Vez e Milk) encarna com assustadora perfeição o personagem, inclusive se tornando muito parecido fisicamente com o ex-presidente. Um trabalho magnífico da equipe de maquiagem que se reflete também em outros do elenco. Thandie Newton (Crash e Missão: Impossível 2) está quase irreconhecível como a conselheira de segurança nacional Condoleezza Rice. Outros grandes nomes no elenco são Jeffrey Wright (Cassino Royale) como Colin Powell, Richard Dreyfuss (Poseidon) como Dick Cheney, Toby Jones (Frost/Nixon) como Karl Rove e Elizabeth Banks (Pagando Bem que Mal Tem) como a primeira dama Laura Bush.

Realmente um filme que vale a pena ser visto, seja você fã de política ou não, já que é cinema de qualidade. Pena o filme ter sido totalmente ignorado em todo o mundo.

Veja o trailer:

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