sábado, 23 de junho de 2012

Crítica: Prometheus

Acredito que uma questão que devia martelar na cabeça dos fãs da série Alien é de onde vieram aquelas criaturas. Com esta motivação, Ridley Scott retornou ao mundo da ficção científica para dar uma explicação e ainda aproveitar para discorrer sobre a origem do próprio homem. Prometheus é um projeto que começou como uma nova continuação para a franquia dos monstros espaciais, mas que acabou se tornando um prólogo e a promessa de uma nova série, o que será ótimo se acontecer, já que o que não falta é assunto para ser discutido.

Prometheus acompanha um grupo de cientistas que deixam a Terra em busca de uma explicação para a origem do homem, questão levantada durante escavações que demonstravam a possibilidade de seres extraterrestres serem os responsáveis pelo surgimento do homem, o que acabaria com as teorias da criação e da evolução existentes. Movidos pela curiosidade, os cientistas Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) e Charlie Holloway (Logan Marshall-Green), o casal que encontrou estes indícios, comandam a expedição sob a supervisão de Meredith Vickers (Charlize Theron), das empresas Weyland - que patrocinam a busaca -, e do androide David (Michael Fassbender).

A principal qualidade de Prometheus está no seu desenvolvimento inicial, quando o foco da trama é a discussão existencialista e o desenvolvimento de cada um daqueles personagens e de suas relações naquele ambiente desconhecido. E é este ambiente que também colabora para bons momentos do filme, como a primeira exploração no planeta em que eles chegam. A criação do ambiente e da atmosfera consegue criar uma sensação de fobia e ansiedade pela descoberta que empolga e eleva o nível do filme. Um belo trabalho resultado da primeira parte do roteiro do novato Jon Spaihts e de Damon Lindelof, uma das mentes por trás de Lost. No entanto, a parte final do filme se perde ao decidir empregar algumas cenas de ação apenas para causar algumas mortes - sem qualquer impacto, diga-se de passagem - e reviravoltas um tanto quanto óbvias enquanto questionamentos muito mais importantes para a própria trama são deixados sem explicação, como por que aqueles seres se arrependeram tanto de nos ter criado.

Agora, se tem algo que vale cada segundo de Prometheus é a interpretação impecável de Michael Fassbender como o androide David e o próprio personagem que é, sem dúvidas, o mais interessante e intrigante da produção por suas motivações desconhecidas e seu comportamento ressentido. Impecável, com já era de se esperar vindo de Fassbender. Além dele, o resto do elenco principal não decepciona. Rapace se sai bem como a mulher durona criada para ser a representação de Ripley na nova produção. Já Theron pelo visto tem se especializado em interpretar mulheres frias e inescrupulosas, o que ela faz muito bem, apesar da personagem não ser tão interessante quanto poderia. Por último, o uso de Guy Pierce foi um pouco estranho para mim. Por que contratar um ator jovem para fazer um papel que aparece o tempo todo durante a projeção como velho? Tudo bem, você pode dizer que tivemos os vídeos virais de divulgação com ele jovem, mas eles poderiam ter usado duas pessoas diferentes, ou pelo menos investido em uma maquiagem melhor.

Prometheus ainda se destaca pelo belíssimo trabalho da direção de arte e dos efeitos especiais, que criam um mundo novo e excitante, além de figurinos incríveis. No fim das contas, Prometheus me surpreendeu por ser melhor do que eu esperava, mas ainda não conseguiu atingir seu máximo, mas há muito potencial para uma bela franquia pela frente. Já o 3D da produção não é ruim, mas não é algo obrigatório. Ah, e mesmo não sendo surpresa para ninguém, a cena final é bem divertida e empolgante para os fãs.


Confira abaixo o trailer:



See ya!!!

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