sábado, 21 de maio de 2011

Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas

Em 2003, quando estreou Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra, filmes de piratas estavam em baixa. Desde 1995, quando estreou e naufragou A Ilha da Garganta Cortada, filme de aproximadamente 100 milhões de dólares de custo que levou a sua produtora a falência, nada de destaque era produzido. Quando Piratas do Caribe foi anunciado, não se tinha nada além de dúvidas em relação à produção. O fato de o filme ser baseado em um brinquedo dos parques da Disney não ajudava em nada, mas o que ninguém contava era com Johnny Depp. O ator transformou o protagonista do filme, o Capitão Jack Sparrow, em um personagem amado pelo público. Esse fato, somado a um filme divertido, levou Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra ao sucesso, tanto de público quanto de crítica.


Oito anos depois já estamos diante do quarto filme da franquia, Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas. Os cofres estão sempre cheios (o quarto filme estreou na ontem e apenas nos EUA já arrecadou aproximadamente 35 milhões de dólares só na sexta), mas a qualidade já não é a mesma. Depois de um segundo filme até que divertido e de um terceiro confuso e cheio de firulas, Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas tinha a função de retornar à simplicidade do primeiro e tentar levantar a franquia, mas isso não aconteceu. A série continua sendo impecavelmente bem feita tecnicamente: cenários, figurinos, efeitos especiais, tudo está perfeito mais uma vez. O elenco remanescente continua bom: Johnny Depp sempre impecável como Jack Sparrow e Geofrey Rush é ótimo como Barbossa; e até as novidades agradam: Penélope Cruz maravilhosamente linda e divertida e Ian McShane está bem como Barba Negra. Mas quando se trata de história, roteiro, aí Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas falha.

A premissa é interessante. Jack está em busca da Fonte da Juventude e acaba tendo que se juntar ao Barba Negra e sua filha Angélica (Penélope Cruz) nesse empreitada. Enquanto isso ele é seguido por Barbossa que está a serviço da coroa britânica e pelos espanhóis, todos em busca da Fonte. Tirando uma reviravolta ou outra, a história é basicamente essa e ai já começa o problema. Sem ter um roteiro de qualidade, não há justificativa para seus longos 137 minustos, que são desenvolvidos de maneira extremamente didádica e, em certos momentos, entediante. Tudo é explicado no filme, o tempo todo, toda ação, como se o espectador não fosse esperto o suficiente para entender a história. Além disso, quando vamos ver um filme de piratas esperamos por ação, o que acontece pouco e de forma não satisfatória durante a projeção.

Como eu disse um pouco antes no texto, apenas alguns personagens estão de volta da trilogia original e por isso, sem o casal principal Will (Orlando Bloom) e Elizabeth (Keira Knightley), os roteiristas devem ter pensado que o filme não teria tanto apelo sem um romance comum - chato. Por isso resolveram colocar aquele casalzinho tosco formado pelo religioso Philip (Sam Claflin) e a sereia Syrena (Astrid Bergés-Frisbey). Totalmente desnecessários, sua história de amor não convence ninguém já que os dois não têm um pingo de carisma. E por falar nisso, o que foi aquela cena ridícula da lágrima? Senti um pouco de vergonha alheia. Ah, e o 3D não acrescenta nada em praticamente toda a projeção. Conclusão: Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas só serve para podermos matar nossas saudades de ver Johnny Depp mais uma vez como Jack Sparrow. Agora, pense comingo, se for para ver só por isso, posso rever os filmes anteriores. Então produtores, antes de fazer um quinto filme da franquia, pensem bem no roteiro, por favor!

p.s. Como em quase todos os filmes dessa temporada, fique até o final dos créditos, há uma cena extra.

Confira o trailer abaixo:



See ya!!!

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