Ainda estou um pouco extasiado com Sucker Punch, novo filme de Zack Snyder (300 e Watchmen) e primeiro dele baseado em uma ideia original do próprio diretor. O filme não é perfeito, mas ainda assim é um dos melhores quando se pensa em diversão descompromissada.
Sucker Punch conta a história de uma garota, Babydoll (Emily Browning), que, depois de um acidente, acaba internada em um hospital psiquiátrico por seu padrasto. Lá, enquanto espera pela chegada do médico responsável por realizar sua lobotomia, Babydoll cria uma realidade alternativa em sua mente em que o hospital passa a ser uma espécie de cabaré, ela e as outras internas são dançarinas e o enfermeiro chefe da instituição o dono do lugar. Além dessa realidade, Babydoll ainda cria uma segunda realidade em que ela e as amigas são guerreiras em busca de cinco itens que possibilitará a fuga das meninas.
A ideia do roteiro desenvolvido por Snyder em parceria com Steve Shibuya pode ser original, mas o que não faltam são referências. Vemos ali momentos que remetem a filmes de guerra, ficção científica e aventuras medievais, tudo misturado de forma a lembrar o tempo todo uma espécie de jogo de vídeo game. A estrutura do filme inclusive é muito próxima de jogos de ação existentes. Temos os personagens principais (no filme o grupo de meninas, e em especial Babydoll) e estes precisam realizar uma série de tarefas e quebra-cabeças para poder chegar ao próximo nível e ao final conseguir seu prêmio. Esse formato pode tornar o filme mais difícil para espectadores de uma geração mais avançada, menos ligada à tecnologia. Para os jovens amantes de games, o filme é um prato cheio para a diversão.
As cenas de ação conduzidas por Snyder beiram a perfeição na técnica, coreografadas e executadas de maneira primorosa. A única ressalva feita por muitos e com a qual concordo é o fato de Snyder utilizar demais a câmera lenta. Quando ele não pesa tanto a mão no efeito, as cenas são maravilhosas. Além disso, ele merece ser parabenizado por conseguir unir referências tão diferentes de uma forma que não parece forçada e que proporciona sequências inacreditáveis que dificilmente veríamos no mesmo filme. As protagonistas enfrentam samurais armados até os dentes com metralhadoras, soldados zumbis da Primeira Guerra Mundial, orcs e dragões em um momento O Senhor dos Anéis e robôs próximos ao design de Eu, Robô. Tudo isso em um só filme, daí vocês podem perceber minha empolgação com o longa. A direção de arte e a fotografia de Larry Fong também contam a favor da produção que é impecável.
Outro ponto de destaque que não pode deixar de ser citado é a ótima trilha sonora, algo constante nas produções de Snyder. Aqui encontramos desde Björk até Queen, passando pelos próprios atores da produção soltando a voz. Tudo em remixes maravilhosos que embalam a protagonista e aos espectadores em suas missões. Por falar em protagonistas, o elenco escolhido pelo diretor compensa. Emily Browning está maravilhosa como Babydoll e em nenhum momento lembra aquela garotinha de Desventuras em Série. Ela cresceu e está completamente apta a carregar um filme de ação nas costas. Mas além dela, temos boas interpretações de Abbie Cornish, Jena Malone, Oscar Isaac, Carla Gugino e Scott Glenn. O elo mais fraco entre os protagonistas é Vanessa Hudgens. A ex-High School Musical não tem a força necessária para a personagem, mas isso não chega a prejudicar o filme, já que ela não tem muito tempo de tela.
Se você gosta de filmes que envolvem mulheres fortes, lutando por suas vidas com grandes armas e com roupas fetichistas, com cenas repletas de estilo e com o intuito de divertir sem muito compromisso, você vai encontrar em Sucker Punch o filme perfeito para satisfazer seus sonhos "nerdísticos", assim como eu encontrei. Veja o trailer:
See ya!!!
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