segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Gigantes de Aço

Uma ótima surpresa é bem o que define Gigantes de Aço, novo filme de Hugh Jackman (o eterno Wolverine). Tenho que confessar que tinha um pouco de medo do filme, principalmente por se tratar de uma produção dirigida por Shawn Levy, responsável anteriormente por Doze é Demais e os dois Uma Noite no Museu. No entanto Levy constrói um excelente filme família com ação empolgante e que consegue trabalhar bem os clichês esperados por uma produção do gênero.

Gigantes de Aço se passa em um futuro próximo, mais precisamente em 2020, quando o boxe da forma que conhecemos foi extinto e agoras as lutas são realizadas por robôs. Nesse cenário, um ex-lutador de boxe chamado Charlie Kenton (Jackman) tenta ganhar a vida realizando lutas por fora do circuito oficial com seus robôs sucateados. Um dia Charlie descobre que uma antiga namora, com quem teve um filho, Max, de 11 anos, morreu e que ele precisará ficar com seu filho por um tempo até que a irmã de sua antiga namorada possa ficar com o garoto definitivamente.

Ouvindo assim é óbvio que você pensa: tirando o boxe com robôs, eu já vi essa história. E já viu mesmo, mas mesmo assim o desenvolvimento do filme é agradável e divertido ao extremo. Para começar, os efeitos especiais do filme são incríveis, os robôs são construídos de maneira incrível e suas lutas são empolgantes, mesmo sabendo que ninguém ali está sofrendo ou se machucando. Na verdade, até por isso as lutas ficam tão divertidas, já que não há limites, tudo segue até a destruição quase que completa dos robôs. Além disso, a trama de redenção e ascenção, mesmo batida, empolga e entretém. Isso é um grande trunfo do filme justamente por ter personagens que fazem com que o público simpatize com eles. Hugh Jackman tem charme e carisma o suficiente para tornar um cara todo problemático e até arrogante em um sujeito agradável à platéia, o que faz com que torçamos por ele durante o filme. Evangeline Lilly (Lost) surge como o interesse romântico do protagonista, mas até nisso os roteiristas acertaram, já que fizeram a personagem ter uma função no filme além de ser simplesmente a mocinha da história. Mas no final o filme é mesmo do pequeno Dakota Goyo. O garoto, que apesar de novo já tem vários filmes em seu currículo, é rouba cada cena em que aparece e dá um show de atuação. Ele é carismático, inteligente e tem uma personalidade incrível.

O ponto forte de Gigantes de Aço está realmente na relação e nos momentos de interação entre pai e filho. Os dois possuem gênios muito parecidos, ao mesmo tempo em que há uma inversão de papéis clara, fazendo com que o garoto seja muito mais o adulto da relação que o próprio pai. Essa situação fica ainda mais clara em uma cena em específico, quando os dois estão conversando em e como sempre Charlie segue seus impulsos deixando de dar atenção para o garoto, enquanto Max se impõe e fala: "Olhe para mim, estou falando com você!".

Outro trunfo de Gigantes de Aço é o trabalho de seus roteiristas ao contornar algumas possibiliades de cair completamente no óbvio para agradar o público, afinal esse é um filme que busca a adesão das massas. [SPOILERS] Na cena do clímax do filme, quando o robô de Charlie e Max está lutando com o campeão do circuito oficial, mesmo se valendo de algumas coisas impossíveis de acontecerem em um cenário real, os roteiristas não se deixam levar pela virada tão comum nesses filmes, deixando a superação calcanda em boas "desculpas" para o sucesso do robô na luta e ainda assim fazendo com que ele não tenha a vitória clara, algo que seria completamente irrealista (considerando que lutas entre robôs não sejam o maior absurdo aqui). [FIM DOS SPOILERS]

Dê uma chance para Gigantes de Aço, você pode se surpreender com a diversão garantida pelo filme. Além disso, o filme prova que Levy não é um diretor ruim, só não tinha tido chance de pegar um bom projeto pelo seu caminho, até agora. Confira o trailer abaixo:



See ya!!!

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