terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Ladrões (Takers)

Filmes de assalto costumam ser bem divertidos. Particularmente, gosto bastante das produções do gênero, mesmo com o estilo manjado de realização da maioria dos filmes. Sempre temos um trabalho inicial que nos apresenta o grupo, temos a apresentação de cada integrante e sua função no bando, o planejamento do golpe principal e sua execução. O que diferencia um pouco é o desfecho, quando em alguns os “bandidos” acabam se dando mal enquanto em outros eles saem por cima. Eis minha surpresa ao me decepcionar com esse filme. Depois de ver um ótimo exemplar do gênero com The Town (porcamente intitulado de Atração Fatal aqui no Brasil), mesmo sabendo da vertente mais pipoca dessa produção, tinha até que um pingo de esperança de encontrar em Ladrões (Takers) um pouco de diversão descompromissada.


O filme é centrado em um grupo de amigos que tem como atividade principal assaltar bancos e carros fortes. Um desses amigos, Ghost (T.I.), acabou sendo preso depois de uma fuga mal sucedida. Quando Ghost sai da prisão, depois de alguns anos, ele propõe aos antigos parceiros um novo assalto que vai lhes garantir a maior quantia em dinheiro já conseguida por eles. Mesmo com um pé atrás eles acabam aceitando a proposta. A partir daí é tudo que já conhecemos no gênero. A preparação do plano, as pequenas reviravoltas, o policial devotado que investiga os crimes e acaba obcecado e a execução.


O grande problema do filme é o seu roteiro fraco e com lacunas tão grandes que são impossíveis de passarem despercebidas. Além disso, o roteiro propõe algumas subtramas totalmente desnecessárias com a função de apenas tentar tornar aqueles personagens mais humanos e relevantes ao espectador, o que rende mais um fracasso ao texto. Outros problemas são os diálogos fracos e primários, quase como uma peça de escola, e as coincidências absurdas que o roteiro propõe que nem com toda a boa vontade de quem está assistindo elas se tornariam válidas.


Ai você me pergunta: E as cenas de ação? E eu respondo: Nem isso salva. Entre uma ou outra minimamente decente, temos algumas cenas que são de fazer qualquer um ficar com vergonha de estar assistindo. A cena no quarto de hotel quase no clímax do filme é triste, mas não no sentido pretendido pelo diretor John Luessenhop, que tem apenas mais um filme, totalmente desconhecido, como diretor em seu currículo. Ao invés de ficar preocupado com os personagens e/ou triste pela morte de um deles, fiquei o tempo todo extremamente incomodado com a trilha sonora completamente equivocada, os movimentos desnecessários em câmera lenta e os diálogos ridículos. E a coisa continua ruim. Quando você acha que aquela trilha ridícula acabou ela volta nas cenas seguintes. Se o diretor achou que o grau de emoção da cena com aquela trilha seria emocionante, ele se enganou muito.


Além de todos os problemas acima apontados, ainda temos atuações sofríveis de um elenco até que famoso. Vamos por partes. Para começar, só sabendo que T.I. e Chris Brown são produtores para explicar o porque da presença dos dois no filme. Além disso, Zoe Saldana, atriz que tem marcado presença em grandes filmes de sucesso comercial e artístico com papéis de destaque, serve apenas de coadjuvante de luxo aqui. O filme também não ajuda muito na carreira de Hayden Christensen, que desde o fim de sua participação na saga Star Wars, não fez mais nada que merecesse um destaque. Ainda temos Matt Dillon, Paul Walker e Idris Elba pagando as contas, Jay Hernandez em um papel com uma subtrama extremamente desnecessária e Marianne Jean-Baptiste com uma das piores atuações do filme, como a irritante irmã do personagem de Idris Elba.


Ladrões é isso, se resume a um grande erro que nunca merecia ter sido produzido. Roteiro furado, subtramas desnecessárias, diálogos vergonhosos, coincidências absurdas, cenas de ação fracas e atuações sofríveis. Confira abaixo o trailer de Ladrões:



See ya!!!

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