sábado, 30 de julho de 2011

Paper Man

Acho que fazia um tempo que eu não via um filme que encaixasse tão perfeitamente com um momento da minha vida como Paper Man (intitulado como Tempo de Crescer aqui no Brasil). A crise criativa enfrentada por Richard Dunn (Jeff Daniels) e sua forma de lidar com ela se parecem e muito com o que venho enfrentado para a “confecção” do meu trabalho de conclusão de curso. O tempo todo o personagem arruma qualquer desculpa para não ter que se sentar e escrever e mesmo quando está sentado para isso, sempre surge algo que o tira de seu caminho. Seja a organização dos móveis da casa ou a simples falta de punho firme em relação a decisão do nome do personagem do livro, tudo impede que Richard inicie seu livro. Se não fosse por uma ou outra coisa em relação ao personagem, poderia ser a descrição de minha vida atualmente.


Paper Man conta a história de Richard Dunn (Jeff Daniels), um escritor que está enfrentando uma crise criativa para a produção de seu segundo livro. Para tentar resolver esse problema ele é levado por sua esposa Claire Dunn (Lisa Kudrow) para uma casa isolada em uma cidadezinha do interior. Lá Richard conhece Abby (Emma Stone) e começa uma estranha amizade com a garota que ao final mostrará que os dois têm muito mais em comum que pensamos. Richard está sempre acompanhado do Capitão Excelente, amigo imaginário interpretado competentemente por Ryan Reynolds com uma roupa bem herói dos anos 60, 70 e um cabelo loiro pavoroso.

O filme dirigido pela dupla Michele Mulroney e Kieran Mulroney, também responsável pelo roteiro, é o típico feel good movie com personagens em crise que encontram em amizades inesperadas e estranhas uma forma de crescer e evoluir, sempre de forma tocante e com aquela sensação boa que te faz abrir aquele sorriso sempre que os personagens estão bem. Você se envolve e torce para que eles se saiam bem e que seus problemas fiquem no passado. O roteiro consegue amarrar as situações dramáticas com os momentos mais leves que pendem para a comédia muito bem. Eles inclusive lidam muito bom com a parte mais fantasiosa dos amigos imaginários, não deixando que o personagem de Reynolds pareça deslocado em um filme que parece prezar pelo realismo, mas que, como seus personagens, não deixa a fantasia de lado. Até o personagem de Kieran Culkin, que na maior parte do tempo parece sem propósito e sem destaque no filme, surpreende ao se mostrar peça fundamental naquela relação entre Abby e Richard ao final do filme.

Não posso deixar de citar as grandes interpretações de Jeff Daniels e Emma Stone. Daniels está incrível com seus maneirismos e atos durante sua procrastinação e sua forma de agir com seu amigo imaginário mostra como ele é dependente daquela relação, mas que mesmo assim, em alguns momentos, é capaz de ignorar aquela relação para conseguir o que quer. Já Stone vem despontando como uma das grandes revelações dos últimos anos. Desde Easy A (A Mentira) ela mostra seu grande talento para a comédia e aqui ela mostra que consegue acrescentar algumas camadas de drama a sua atuação tornando-a perfeita para o papel. Assista e se delicie com esse filme de alma indie que merece atingir o maior público que conseguir.

Veja o trailer:



See ya!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário