sábado, 7 de agosto de 2010

Tekken

Adaptações de jogos de video game para as telonas são problemáticas. O resultado normalmente são filmes realmente ruins, sem qualquer respeito pelo original e com diretores e atores fracos. Quando os estúdios se propõem a adaptarem jogos de luta então a coisa fica caótica, vide as adaptações de Street Fighter e Dead Or Alive. Por esse tipo de jogo normalmente não priorizar qualquer história, e sim a pancadaria, roteiristas tentam criar ligações e motivações para esses personagens, o que raramente funciona. O único exemplo de uma boa adaptação para o gênero é o primeiro Mortal Kombat, dirigido por Paul W.S. Anderson. Agora, o alvo foi um dos meus jogos favoritos de luta, Tekken. A franquia tinha tudo para render um bom filme se caísse em mãos certas. Há uma boa história, tramas paralelas que rendem e bons personagens, mas o resultado é mais uma decepção.


O filme não segue a história de nenhum dos jogos da franquia. Eles pegaram vários personagens soltos, de vários jogos da série, e os colocaram em um fio de história sobre vingança, com o intuito de criar cenas de impacto e recheadas de frases de efeito ridículas. O filme tem como protagonista Jin (Jon Foo), que após ver sua mãe ser morta pela organização Tekken, resolve entrar para o torneio King of Iron Fist em busca de vingança, sem saber, é claro, que é filho de Kazuya (Ian Anthony Dale) e neto de de Heihachi Mishima (Cary-Hiroyuki Tagawa).


Com essa narrativa genérica os roteiristas jogam alguns dos personagens caracterizados de forma quase idêntica ao jogo na tela em lutas sem sentido e que não seguem uma história coesa. São sorteados aleatoriamente, se enfrentam e sem mais nem menos somem das telas. Alguns personagens lutam, vencem e não aparecem mais na competição, ou seja, qual é a lógica para se chegar a um vencedor? Já sobre as cenas de luta não podemos reclamar, são até que bem coreografadas e filmadas.


O filme tem uma aura de produção B, quase trash, característica que deve ser levada em conta se quiser assisti-lo inteiro. Mas, ainda assim, como fã da obra original, me decepcionei muito. Características fortes de personagens e suas histórias foram modificadas, deixando aquela sensação de descaso. Dirigido por Dwight H. Little, nome pouco conhecido, com produções fracassadas no currículo, não tinhamos muito que esperar dessa produção. Além disso, em alguns momentos é de dar vergonha certas falas ditas pelos personagens. [spoiler] Em uma cena, Heihachi Mishima é deixado em um galpão para ser morto por um dos capangas do filho, Kazuya. Corta a cena, aparece Kazuya andando em direção à câmera, enquanto tudo explode atrás dele e dispara para a tela: "Heihachi está morto". Precisava?! [fim do spoiler]


Decepcionante é a palavra que define, mas ainda assim consegue ser melhor, ou menos pior, que os outros citados, especialmente os dois filmes feitos baseados em Street Fighter. Confira o trailer abaixo:



See ya!!!

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