domingo, 5 de junho de 2011

X-Men: Primeira Classe

X-Men: Primeira Classe era aquele filme do ano que eu queria muito ver mas estava com um pé atrás. Algumas mudanças na origem dos personagens me assustavam, os cartazes do filmes eram pavorosos - photoshop do mais tosco possível -, a Fox não é o melhor estúdio do mundo e os últimos filmes da série mutante (X-Men 3 e Wolverine) não foram o melhor exemplo de adaptação do mundo. Os trailers até que davam uma certa esperança, mas nada muito impactante. Por isso minha surpresa foi tão grande ao ver o filme e amar. O filme volta ao nível de qualidade de X-Men 2 e já está entre as melhores adaptações de quadrinhos feitas na minha opinião.


X-Men: Primeira Classe volta no tempo, mais especificamente aos anos 60, para contar a origem da relação entre Charles Xavier (James McAvoy assumindo o papel que foi de Patrick Stewart) e Erik Lehnsher (Michael Fassbender no lugar de Ian McKellen), futuro Magneto. O filme começa mostrando a infância dos dois personagens e os eventos que definirão suas vidas. Enquanto Xavier vive em uma bela casa com mordomias e tranquilidade, Erik está preso em um campo de concentração sendo forçado por Sebastian Shaw (Kevin Bacon) a demonstrar seus poderes. Shaw é também responsável pela morte da mãe de Erik, o que faz sua vida ser movida pela vingança. Mais uma diferença entre os dois. Enquanto Xavier passa o começo de sua vida adulta estudando e se tornando professor, Erik passa em busca das pessoas responsáveis pelo seu sofrimento. No meio de sua busca ele acaba encontrando com Xavier e os dois se unem com o objetivo de impedir Shaw de destruir o mundo causando a Terceira Guerra Mundial.

O filme resgata a discussão da aceitação e do preconceito tão presente na trilogia dos mutantes e praticamente esquecida durante o filme solo do Wolverine. É claro que isso tem uma explicação: Bryan Singer, diretor dos dois primeiros filmes, volta a se envolver com os mutantes, dessa vez como produtor e ajudando no roteiro. O paralelo com a realidade das minorias é mais uma vez claro e constante na produção. A boa condução da história mesclada com eventos históricos também ajuda, assim como o bom elenco que dá vida a esses personagens tão ricos. Michael Fassbender (Bastardos Inglórios) torna Magneto amigável ao público, suas atitudes e sua busca por vingança são compreensíveis e nós torcemos para que ele consiga acabar com os responsáveis por seu sofrimento. James McAvoy (O Procurado) mostra que ninguém é tão perfeito como Xavier sempre pareceu e que antes de ser aquele cara sério e responsável, ele também foi um jovem que gostava de festas e diversão. Jennifer Lawrence, que despontou para o mundo depois de sua ótima atuação em Inverno da Alma (que valeu uma indicação ao Oscar), cria uma Mística profunda que luta pela aceitação enquanto nem ela se aceita. Kevin Bacon, que sempre achei meio canastrão, transforma Shaw em um vilão excêntrico, mas que está em pé de igualdade com os maiores do universo Marvel. Além disso, abraçando o clima da época em que o filme se passa, Shaw seria o vilão perfeito para um dos filmes do 007 com suas gadgets e capangas. Por falar em capangas do Shaw, muitos reclamaram da interpretação de January Jones como Emma Frost por acharem que ela fica o tempo todo com aquele ar de superior e indiferente, o que para mim foi incrível. Mas é claro que sou suspeito por dizer já que sempre achei January sensacional, desde quando vi os primeiros episódios de Mad Men, e agora, ver a atriz em um papel desses, só me deixou ainda mais feliz.

Um dos poucos problemas que encontrei em X-Men: Primeira Classe foi a sua produção. Em alguns poucos momentos os efeitos especiais não parecem tão bons, mas nada que prejudique o resultado final extremamente satisfatório. Matthew Vaughn, que já havia se mostrado um diretor de qualidade em seus filmes anteriores, ele é o responsável pelo ótimo Kick-Ass, finalmente deu sua visão à franquia, já que ele havia sido contratado para dirigir X-Men 3 e acabou saindo do cargo por alguns problemas de agenda. Vaughn mostra que tem pulso para comandar os vários arcos presentes nos filmes da série. São muitos personagens, várias histórias se desenvolvendo paralelamente e sem alguém que saiba lidar com isso, o enredo pode se perder, o que não acontece aqui. Coincidentemente ou não, já que o filme foi exibido na TV para aproveitar a estreia do outro, ontem revi X-Men Origens: Wolverine e constatei que ele foi totalmente ignorado na linha do tempo da série com o lançamento de Primeira Classe. Isso vai de acordo com as declarações do estúdio de que o novo filme solo do mutante canadense esqueceria o filme anterior e tentaria renovar a recente série.

Não é à toa que muitos vêm comparando Primeira Classe com Cassino Royale. O filme parece um sopro de ar fresco na franquia dos mutantes assim como Cassino Royale foi para o agente britânico 007. Mas as semelhanças param por ai, já que o novo X-Men não tem nada de contido em sua ambientação, figurino e ação, que se encaixam perfeitamente ao cenário sessentista. Até a trilha sonora, às vezes, se rende ao clima da época. Esperamos que a qualidade continue a partir daqui, torcendo apenas para que a fidelidade com a origem de alguns personagens melhores. Ah, e há algumas pontas durante o filme que vão fazer os fãs ficarem bem felizes.



Confira o trailer abaixo:



See ya!!!

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