Como todos devem saber, chegou aquela época nos EUA em que as séries antigas voltam com suas novas temporadas e várias novas séries estreiam na luta pela audiência. Por causa do meu vício estou tentando acompanhar o maior número de estreias que posso. Claro que sempre tem aquelas que não despertam meu desejo de assistir, mas não estou aqui para falar dessas e sim das novidades que vi e que me agradaram até agora.
Para começar temos uma nova série da ABC chamada My Generation. A série é construída no estilo documental e conta a história de nove pessoas que, no ano 2000, enquanto estavam no último ano da escola, toparam participar do projeto de um documentário sobre suas vidas. Além de mostrar como era a vida daquelas pessoas naquele ano, seus sonhos e ambições, a série mostra como eles estão agora, dez anos depois, e como as mudanças do mundo influenciaram em seu crescimento. Comecei a vê-la com certa desconfiança, mas eis que ela me ganhou logo no seu início. A forma como tudo é documentado e apresentado é interessante e desperta seu interesse por aqueles personagens. Além disso, o que torna a série ainda mais empática com o público é o fato de sua audiência se identificar com o tema discutido. É impossível assistir a esse episódio piloto e não se ver ali naqueles personagens. Você pode não ter passado por nada próximo ao que qualquer um daqueles personagens está passando, mas ao parar para pensar nas mudanças, nos acontecimentos de sua vida durante os anos, nos sonhos despedaçados substituídos por novos e na esperança de algo melhor, você faz com que aqueles personagens se tornem algo mais que apenas atores interpretando. Se os episódios seguintes mantiverem a qualidade do primeiro, temos uma grande série em mãos, o grande problema é a audiência alcançada pela série nos EUA. Com uma audiência baixa para os padrões da emissora, seu cancelamento será inevitável, caso não melhore.
Outra série que me surpreendeu foi Raising Hope, nova série de Greg Garcia, mesmo criador de My Name Is Earl. Eu havia ouvido falar bem por cima dela, até que, depois da exibição nos EUA, vi alguns comentários bem positivos no twitter. Fui atrás, baixei e realmente amei a série. Com um humor negro no ponto, a série conta a história de Jimmy, um jovem de 25 anos que não vê nenhum futuro promissor em sua vida. Ele trabalha limpando piscinas com seu pai e seu primo, que também mora junto com eles. Quando decidi dar uma reviravolta em sua vida, Jimmy conhece Lucy, eles passam uma noite juntos e no dia seguinte ele descobre que ela é uma assassina procurada pela justiça. Ela vai presa e quando ele vai visita-la eis que ela está grávida. Logo após dar a luz, Lucy é executada e Jimmy decidi que irá criar a filha deles, mas para isso precisará da ajuda de sua família desajustada. A série ganha qualquer um por sua simplicidade. O episódio piloto é simplesmente encantador, sua edição rápida é certeira, o timing de cada ator é perfeito e a presença da ótima Cloris Leachman, como a avó senil do personagem principal, só acrescenta para tornar a sitcom uma das melhores estreias da temporada e sem dúvida uma das mais engraçadas.
Undercovers foi outra série que me agradou pelo episódio piloto, mas que terá que mostrar a que veio nos próximos episódios para não perder esse espectador. Isso aconteceu porque o episódio piloto é realmente bom, mas me deixou com a impressão de não ter muito o que tirar dali. Undercovers é a nova produção de J.J. Abrams, o mesmo de Lost e Fringe, o que me deixa um pouco mais seguro quanto a esses próximos episódios, já que o cara é conhecido pelo toque de ouro que tem e, além disso, tem intimidade com o gênero de espionagem, já que produziu por anos a série Alias. A série acompanha dois agentes (Boris Kodjoe e Gugu Mbatha-Raw) que se apaixonaram enquanto trabalhavam para a mesma agência. Quando casaram resolveram se aposentar, abriram um pequeno negócio e vivem suas vidas tranquilamente. Até que, no episódio piloto, são recrutados para encontrarem um antigo parceiro e amigo que desapareceu. Ao fim do trabalho eles percebem o quanto sentiram falta de toda aquela adrenalina e o quanto a vida deles estava chata. Se na história a série não tem tanto destaque, pelo menos por enquanto, na produção em compensação ela é impecável, estilo cinematográfico, típico de produções do gênero, com viagens internacionais, grandes cenas de ação, perseguição e explosão. Ela tanto pode se tornar uma série divertidíssima como algo que vai cansar logo, mas só o futuro pode nos dizer isso.
E por falar em produção cinematográfica, outra série que tem o estilo e que me agradou foi Hawaii Five-0. O remake da série de sucesso dos anos 70 teve sua estreia em grande estilo. A série é produzida pelos roteiristas Alex Kurtzman e Roberto Orci, de Star Trek e Tranformers, e a semelhança com o estilo do trabalho deles nas telonas é evidente. A série tem como protagonista Alex O'Loughlin, da prematuramente cancelada Moonlight. Ele interpreta o detetive Steve McGarrett, líder de uma força tarefa que tem o aval da própria governadora do Hawaii para fazer o que for necessário para solucionar os crimes. Essa força tarefa ainda conta com os personagens de Scott Caan (11 Homens e um Segredo), Daniel Dae Kim (Lost) e Grace Park. E como disse anteriormente, é na produção que ela também se destaca, com elementos semelhantes à Undercovers, ela tem várias locações, cenas de ação de tirar o fôlego, perseguições, explosões, e ainda ganha alguns pontos pelas belas paisagens mostradas. O elenco me pareceu confortável em seus papéis e entregou uma atuação segura e correta.
Continuando no gênero de ação e espionagem, temos mais um remake, Nikita. A nova série do canal The CW reconta a história da personagem pela quarta vez. Sim, quarta vez. Fomos apresentados primeiramente à personagem no ano de 1990, em um filme francês dirigido por Luc Besson chamado Nikita. Em 1993, o filme ganhou um remake americano chamado A Assassina e estrelado por Bridget Fonda. No ano de 1997 uma série chamada La Femme Nikita surgiu recontando a história da garota, interpretada na série por Peta Wilson, que é dada como morta na prisão e recrutada por uma agência secreta do governo que a treina e a transforma em uma arma de matar. A série teve cinco temporadas, sendo cancelada em 2001. Agora, nove anos depois, surge mais uma série contando a história dessa personagem, só que um pouco diferente. A nova série, intitulada apenas de Nikita, começa com a personagem já fora da agência, e em busca de vingança, por eles terem matado o homem que ela amava. Os primeiros episódios exibidos se mostraram melhores que o esperado. A qualidade está acima dos padrões esperados para uma série de um canal pequeno como o The CW e tem se mostrado interessante. Além disso, a série é produzida por McG, e o cara sabe como lidar com o mundo pop e com produções de ação protagonizadas por mulheres, já que ele foi o diretor dos dois filmes d’As Pantares. Apesar da série não fugir dos clichês do gênero, ela diverte e pode acabar crescendo com o tempo, dependendo do sucesso alcançado.
Bom, acho que por hoje é só. Prometo voltar a falar do assunto, já que as estreias da fall season ainda não acabaram. Ainda deve vir coisa boa pela frente e que me agradará. Caso tenham dicas ou algo a dizer sobre essas séries, comentem. Se não acompanham nenhuma dessas, aconselho repensar e dar uma chance a pelo menos algumas.
See ya!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário