sábado, 10 de outubro de 2009

Bastardos Gloriósos

Antes de falar do filme tenho duas considerações a fazer. Primeiramente, não estou postando muito por falta de tempo mesmo, esses dias tem sido bem corridos e as próximas semanas prometem muitas noites e dias sem dormir. A segunda consideração é envolvendo o post de hoje. Fui ver Bastardos Inglórios hoje no cinema e notei algo nos comentários durante o filme. Sentado atrás de mim estavam pai e filho e o tom da conversa deles me fez chegar a esse comentário. Praticamente na metade do filme, ou até um pouco antes, o pai começa a bufar e reclamar com o filho que nada acontece no filme, que está muito parado, essas coisas de quem vai ao cinema achando que por ser um filme de guerra 90% da sua projeção deveria ser composta de explosões e tiros. Nesse momento ficou claro pra mim que ele provavelmente não tem a mínima noção de quem é Quentin Tarantino, e se tem, deve ter esquecido completamente como é um filme do diretor. Considerações feitas, vamos ao que interessa, o filme.


O que posso dizer logo de cara é que o filme é fantástico. Tudo bem, quem me conhece vai me achar um pouco suspeito por dizer isso de um filme do Tarantino, já que é meu diretor favorito e tal, mas não tem como negar que ele simplesmente faz os melhores filmes, mais bem produzidos e de maior carga pop do cinema atualmente. Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds, 2009) possui algumas histórias paralelas que se cruzam no final. O filme começa na França, invadida pelos nazistas, com a história de Shosanna Dreyfus (Mélanie Laurent), uma judia que vê sua família ser exterminada a mando do Coronel Nazista Hans Landa (Christoph Waltz, simplesmente espetacular). Ela consegue escapar e passa a viver em Paris com uma nova identidade, a de uma dona de cinema francesa. Paralelamente a isso, vemos o Tenente Aldo Raine (Brad Pitt, exagerado e caricato na medida) formando seu grupo de soldados judeus cujo intuito é exterminar nazistas, simplesmente isso. Como Raine mesmo diz em uma das cenas do filme, eles não fazem prisioneiros e nem reféns, ou eles matam ou deixam ir embora, mas não sem antes deixar uma marca permanente que jamais vai deixar o sobrevivente esquecer que um dia foi um soldado nazista. Eles passam a ser conhecidos como "Os Bastardos" pelos inimigos. Esses dois pontos de partida vão convergir para um só clímax. Shosanna tem seu cinema escolhido para a premiere de um filme alemão que exalta o nazismo e um de seus heróis. Ela vê nisso sua oportunidade de vingança e de forma grandiosa, já que integrantes do grande escalão nazista estariam no local. Enquanto isso, Raine e seus "Bastardos", juntamente com a atriz alemã e espiã Bridget von Hammersmark (Diane Kruger), planejam um ataque também a premiere. O filme ainda conta com Mike Myers, o próprio Austin Powers, em uma ponta.





Pra quem gosta de Tarantino está tudo ali. Trilha sonora inconfundível, atuações magistrais, violência acima da média, mas sempre estilizada e no contexto (ainda que nesse filme ela esteja menos presente que nos filmes anteriores do diretor), diálogos primorosos e produção impecável. Além disso, assim como em Kill Bill, a história é dividida em capítulos, mas dessa vez há uma certa linearidade, tirando pequenos flashbacks dentros dos capítulos que mostram a origem de alguns personagens. Outro ponto de destaque no filme é a maneira com que algumas cenas foram escritas. O estilo em certos momentos é quase teatral. São cenas em apenas um ambiente, de longa duração, com longos diálogos e cuja realização exigiu ensaios exaustivos de todo o elenco, e quem saiu ganhando com isso foram o espectadores que presenciam os atores e atrizes em sua melhor forma.

O filme não se compromete em momento algum com a História (aquela aprendida na escola), ela serve apenas de base para Tarantino criar cenas memoráveis com personagens conhecidos e que provavelmente nenhum diretor além do próprio teria coragem de distorcer. Volto a dizer, Bastardos Inglórios é fantástico, sensacional, genial e completamente maluco. Além disso, um dos melhores filmes já feitos. Assistam se não tiverem estômago fraco ou apego à História.

Trailer do filme:


See ya!!!

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