segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Crítica: 007 - Operação Skyfall

Tive que deixar minhas férias forçadas do blog de lado por um tempo para vir comentar o novo filme do espião mais famoso do mundo. 007 - Operação Skyfall chegou aos cinemas brasileiros esta semana cercado pela ansiedade e medo dos fãs que viram a série do agente criado por Ian Fleming tomar rumos inesperados nos últimos anos, com a entrada de Daniel Craig no papel. Cassino Royale foi um dos melhores filmes da série 007 feitos até hoje - apesar da quebra brusca em relação a algumas das características mais marcantes do personagem -, mas sua continuação, Quantum of Solace, deixou um pouco a desejar. Skyfall tinha então que, além ser o filme que comemoraria os 50 anos do personagem nos cinemas, retomar a qualidade vista em Cassino Royale e provar que 007 ainda é um personagem relevante em pleno século XXI. Tarefas cumpridas com êxito.

O resultado já deveria ser esperado, afinal, o time que abraçou a tarefa é um dos melhores de Hollywood. Neal Purvis e Robert Wade, responsáveis pelo roteiros dos últimos cinco filmes da franquia - contando Skyfall -, escorregaram em O Mundo não é o Bastante e Quantum of Solace, mas conhecem bem o personagem a ponto de criarem uma base de qualidade para o roteiro que depois foi retrabalhado por John Logan, roteirista de filmes tão diversos como Gladiador e A Invenção de Hugo Cabret. O resultado final do roteiro é um texto de qualidade, denso, que acrescenta diversas camadas a personagens já conhecidos e que ainda brinca constantemente com a mistura de velho e novo com referências inteligentíssimas sobre a história do personagem e seus muitos momentos clássicos no cinema.

O roteiro do trio ainda marca pontos por criar uma história que agrada todos os públicos, desde os recém-iniciados na franquia até os que nunca viram um filme do agente, passando pelo público mais importante de todos: os fãs. Skyfall resgata características clássicas do agente sem deixar de lado a evolução pela qual os filmes passaram desde Cassino Royale. É como se estivéssemos vendo James Bond atingir sua maturidade, é crescimento profissional inevitável que vem com o tempo de trabalho.

Também não dá para não destacar o trabalho impecável que Sam Mendes (Beleza Americana) fez na direção. Com uma carreira razoavelmente curta e de poucos filmes, Mendes é responsável por obras tão significativas quanto diferenciadas e Skyfall é apenas a cereja no topo do bolo para o diretor. Mendes tem classe dirigindo filmes e 007 é uma franquia que exige classe, por isso o casamento é perfeito. Não tem como não notar o uso de tomadas diferenciadas e de cenas de ação criadas com um olhar vindo de alguém que busca a arte mesmo no momento mais cinemão que um filme pode produzir. A luta de Bond com o inimigo em que vemos apenas o contorno dos dois é de uma beleza sem igual. E o que dizer da tomada de M (Judi Dench) diante dos vários caixões de seus agentes, encurralada no canto, pequena diante de tamanha tragédia? Lindo.

Lindo também é o elenco de Skyfall. Daniel Craig se consolidou como James Bond. Confortável como nunca no papel, ele equilibra perfeitamente aquela rispidez do novo Bond com a classe que já é marca do personagem. Dench tem algumas das melhores cenas da produção, principalmente quando divide a tela com Javier Bardem. O vencedor do Oscar simplesmente entrega uma interpretação impecável como um dos vilões mais misteriosos e mortais da franquia. Bérénice Marlohe não faz muito além de parecer linda. Já Naomie Harris faz um trabalho competente para abrir caminho para uma personagem clássica que finalmente está de volta à série. E quem está de volta também é Q. Ben Whishaw encarna o visual geek que cabe perfeitamente para o personagem no século XXI.

Quanto à história, sem ter a necessidade de dar uma continuidade direta aos eventos do filme anterior, peso que Quantum of Solace tinha, Skyfall foca em uma ameaça do passado de M que coloca em risco a MI6 e seus agentes. Cabe então a Bond encontrar e destruir esta ameaça.

Skyfall é a volta do antigo agente com pitadas do novo, é um passeio por referências e a abertura para novos caminhos na série que só nos deixam ainda mais ansiosos pelo que virá depois. Ah, e a música tema, cantada pela Adele, é linda e embala perfeitamente a sequência de créditos iniciais melancólica.

Confira o trailer abaixo:



See ya!!!

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