Desde que entrei para o Grupo Diário de Comunicação, como repórter de economia para o Diário da Região, meu tempo para o blog ficou muito restrito, mas meu desejo de retornar a escrever sobre cinema, televisão, música e cultura pop persistiu à minha falta de tempo. Assim, resolvi aproveitar daquele espaço já reconhecido para começar uma nova empreitada e, de certa forma, continuar esta aqui. Por isso, desde fevereiro estou com um blog no site oficial do jornal. Lá, continuo tratando dos assuntos abordados por aqui e em busca de ainda mais crescimento.
Para aqueles que acompanhavam meu trabalho por aqui e curtiam, basta clicar no link abaixo para acessar o novo blog:
Eu até que estava bem ansioso e esperançoso por Jack Reacher. Gosto muito do Tom Cruise e os trailers divulgados no último ano serviam como um ótimo chamariz. Parecia ser um bom filme de ação com uma trama que, mesmo não sendo a maior novidade da história do cinema, renderia um trabalho de entretenimento de qualidade, pelo menos. No entanto, o filme é a melhor prova de que trailer engana, e muito bem.
Sem revelar muito da trama, Jack Reacher conta a história de um ex-militar (Cruise) que depois que deixou o exército simplesmente desapareceu da face da terra. Quando Reacher vê pela televisão o acusado de um atentado que matou seis pessoas, algo de seu passado faz com que ele parta em busca de descobrir o que realmente aconteceu. O protagonista conta com a ajuda da advogada do suposto assassino, interpretada por Rosamund Pike, que em nada acrescenta, além de ser a mocinha em perigo. Sem contar que não há a mínima química entre os dois.
A produção conta até que com uns momentos estilosos, como o atentado no início e as cenas de luta protagonizadas por Cruise, que são filmadas de uma forma meticulosa, com poucos golpes, porém certeiros, para mostrar o quanto o personagem é preparado para o combate. Tem também a boa participação de Robert Duvall, se divertindo e nos divertindo, apesar do personagem óbvio. No entanto, no geral, o filme não tem ritmo e peca profundamente por tentar esticar a história ao máximo, deixando-a cansativa e até irritante nas suas longas 2 horas e 10 minutos de duração. Quando você se pega olhando para o celular para ver quanto tempo passou de filme e só consegue imaginar “será que falta muito?”, não é um bom sinal.
A única coisa pela qual o filme pode valer um pouco a pena é Tom Cruise, totalmente bad-ass como o protagonista. O ator, mais uma vez, faz um trabalho incrível de entrega ao personagem, como pouco se vê em outros astros de ação. Além disso, é visível o quanto ele se diverte com este tipo de personagem, o que também passar para o espectador. No entanto, ainda assim, com a condução totalmente problemática e o roteiro péssimo, não leva mais que uma hora para que nem ele consiga salvar o filme de afundar.
Outro problema seríssimo da produção é o vilão. Tudo bem, ele é interpretado pelo incrível diretor Werner Herzog, mas, apesar de sua atitude amedrontadora, ele não representa nenhum perigo para o herói. Quando acaba sozinho, sem nenhum de seus capangas e diante de um cara tão “foda” (única palavra que encontrei para descrevê-lo), o desfecho é chato e entediante. E nem vou começar a falar sobre a trilha sonora deslocada, anticlimática e totalmente errada.
Este foi o segundo filme que Christopher McQuarrie, roteirista de Os Suspeitos, dirige, e o resultado não poderia ser mais problemático. Não vi sua estreia, A Sangue Frio, de 2000, mas por Jack Reacher estou torcendo para que os rumores de que ele talvez possa assumir a direção de Missão: Impossível 5 sejam mentira.
Veja o trailer e se divirta com tudo que há de interessante no filme em apenas dois minutos. Não precisa nem gastar com o ingresso!